terça-feira, 18 de novembro de 2008

Em Coimbra



A Freguesia de Santa Cruz de carácter urbano, possui 5,7km2 de área total, compreendendo várias zonas de povoamento: Baixa, Montes Claros, Conchada, Coselhas, Loreto e Pedrulha. É uma das mais importantes Freguesias da Cidade e até do País, atendendo ao núcleo histórico e arquitectónico que a compõe e ao valor cultural que representou nos primórdios da Nacionalidade. Após a conquista de Coimbra aos mouros, D. Afonso Henriques muda a capital do reino nascente de Guimarães para Coimbra, local estratégico na linha defensiva e ponto de partida para a Reconquista. Vai rodear-se e procurar o apoio dos influentes Cónegos Regrantes de Stº Agostinho, com destaque para D. Telo, S. Teotónio e D. João Peculiar que, a partir do Mosteiro de Stª Cruz - construção românica, iniciada em 1131, fora das portas da Cidade, no local denominado por "Banhos Régios"- contribuíram para transformar a cidade num importante núcleo cultural, tendo tido influência relevante na batalha diplomática que D. Afonso Henriques teve de travar com Leão e Castela e a Santa Sé, para o reconhecimento de Portugal como reino independente. Com os mestres do Mosteiro, Fernando Martins de Bulhão (Stº António) veio beber a sua formação de homem de cultura. Na igreja, profundamente reformulada no reinado de D. Manuel I, jazem D. Afonso Henriques e D. Sancho I. D. João III imprimiu a esta zona um aspecto de modernidade, aquando da transferência definitiva da Universidade para Coimbra, ao encarregar Frei Brás de Braga de proceder à construção do Jardim da Manga e abertura da Rua da Sofia, onde se vieram instalar as diferentes Ordens Religiosas com os seus Colégios, para preparação dos alunos destinados à universidade (S. Miguel, Todos-os–Santos, S. Bernardo, S. Boaventura, S. Domingos, S. Tomás, Carmo, Graça, S. Pedro). Foi a vivência desta 1ª fase da Nacionalidade que inspirou os símbolos que estão na base do Brasão da Freguesia: os Livros de Stª Cruz, as Coroas dos dois Primeiros Reis de Portugal e a Cruz Crúzia, que representa o topónimo de Stª Cruz. Para além da Igreja de Stª Cruz, Café (Capela de S. João das Donas), Igreja de Stª Justa, Fonte da Madalena e Fonte Nova, Pátio da Inquisição, outros aspectos a nível arquitectónico poderão ser considerados, como o casario da Baixa que revela uma característica ainda medieval, quer na arquitectura quer a nível de alguns topónimos.


Na Pedrulha, realçam-se o Cruzeiro (séc. XVI), o Marco do Bolão (séc. XVII), a Igreja de N.ª Sra da Visitação (séc. XVII), a Capela de S. Simão e a Fonte dos Passarinhos. A nível económico, apesar da actividade dominante ser essencialmente o comércio e serviços, existe uma área agrícola na Pedrulha e Campos do Bolão e alguma indústria.
«Brasão: escudo de vermelho, cruz latina de prata, trilobada, entre duas coroas abertas, de ouro com pedraria de verde, em chefe e dois livros abertos, de prata, com fechos e suas correntes do mesmo. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “COIMBRA – SANTA CRUZ”.
Bandeira: amarela, Cordão e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança de ouro.
Selo: nos termos da Lei, com a legenda: “Junta de Freguesia de Coimbra – Santa Cruz”.

Simbologia:
- Coroas de Rei - representam D. Afonso Henriques e D. Sancho I, que estão sepultados no Mosteiro de Santa Cruz (mandado construir pelo primeiro Rei).
- Livros com Cadeados - significam os livros que existiam nos Cartórios e Bibliotecas de Santa Cruz, os Colégios e a Rua da Sofia.
Sofia significa sabedoria. No séc. XVI era uma Rua moderna para a época devido à invulgar largura, complementada pelos colégios eclesiásticos fervilhantes de vida.
- A Cruz Crúzea: representa o topónimo “Santa Cruz”, o Mosteiro, com sua Igreja e Torre.

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